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A Crônica do Pace: Como a Corrida Me Ensinou a Viver Sem o "8 ou 80"


Como passei de Corredora doida a Corredora consciente (talvez, ainda, um pouco doida)


Eu comecei a correr em 2016 por um motivo muito comum e, sejamos sinceros, bem pouco saudável: eu queria emagrecer. E só. A minha regra era rígida: correr 30 minutos, o que desse.

Olhando para trás (e para os meus registros do Strava), vejo que o meu pace médio era 7:20, mas, na época, eu nem sabia o que era pace. A corrida era uma punição, um castigo para queimar calorias.

Nessa época, eu corria e parava mil vezes ao longo do ano. Tinha uma limitação puramente mental: eu só me permitia correr por 30 minutos, como se estivesse sempre no modo “correr que nem uma doida” para tentar compensar algo. Era o meu “8 ou 80” levado para o asfalto.


A Virada de Chave

O verdadeiro jogo virou em 2024, quando comecei a treinar com o meu assessor de corrida, o Tiago. O objetivo inicial era simples: treinar para 5km. Mas, pela primeira vez, eu tinha orientação. Finalmente, eu aprendi o que era pace (risos!) e, mais importante, aprendi a respeitar o treino.


corrida com celebrações

Essa orientação me trouxe a disciplina que eu precisava. Comecei a seguir os treinos à risca, mas não por obrigação; por propósito. Conheci os meus limites e, pasmem, descobri a maior verdade da corrida (e da vida!): correr devagar também é correr.

Curei aquela relação doentia que transformava a corrida em uma punição. E aí aconteceu a mágica: eu transformei o que era um castigo em uma atividade prazerosa. Hoje, eu curto cada melhoria, cada quilometragem desbloqueada, porque descobri que é muito mais divertido romantizar a vida do que encará-la como um campo de batalha.



O Ruído Externo e a Minha Liberdade Inegociável na corrida

Como em qualquer jornada de autoconhecimento, o caminho foi cheio de ruído. No meio do percurso, ouvi de TUDO:

  • “Você corre muito devagar.”

  • “Corredor que só corre na esteira nem é corredor.”

  • “Tem que correr mais vezes na semana, senão não evolui.”

  • “Você PRECISA de um Garmin!” (spoiler: comprei só um ano depois de estar treinando com regularidade, quando senti que era a minha hora, não a dos outros).

  • “Treina logo para 21km! 5km não é nada.”

Todo mundo adora dar pitaco na vida dos outros. A pressão para ser 100% “rápido”, assim como a pressão para ser 100% “saudável”, é sufocante e destrutiva.

Mas eu fui fiel ao que eu estava sentindo. Hoje, não abro mão dessa minha liberdade.

Eu corro por quem mais importa: eu corro por mim. E quem define meus objetivos, na corrida e na alimentação, sou eu mesma.

É sobre consciência, não sobre pressões externas. E você, para quem está correndo?



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©2021 por Nutricionista Amanda Butten

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